Na bíblia, a forma de falar do cristão é profundamente ligada ao caráter transformador do evangelho. A linguagem de um cristão não é apenas um reflexo do seu pensamento, mas também uma demonstração de seu testemunho diante de Deus e dos homens. Por isso, a Escritura nos exorta a falar de maneira santa, edificante e que reflita a graça que recebemos em Cristo.
Falar Indecente e Palavras Obscenas
Em Efésios 4:29, Paulo escreve: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.” A palavra “torpe” aqui refere-se a algo corrompido, indigno e sujo. A linguagem indecente, as palavras obscenas e os palavrões são expressões que contradizem o padrão de santidade estabelecido por Deus. Essas palavras trazem degradação em vez de edificação e não representam a nova vida em Cristo. Além disso, o uso de palavrões e de expressões de baixo calão não condiz com a dignidade de quem foi resgatado por Cristo e chamado para ser sal e luz no mundo (Mateus 5:13-16). O crente deve se abster de tais práticas, lembrando que somos chamados a refletir a pureza de Cristo em todos os aspectos, incluindo a nossa fala.
Brincadeiras de Mau Gosto e Apelidos Depreciativos
Outro ponto importante é a maneira como tratamos os outros com nossa fala. Efésios 5:4 nos adverte: “Nem conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, coisas essas inconvenientes; antes, pelo contrário, ações de graças.” Brincadeiras de mau gosto, trocadilhos maliciosos e apelidos depreciativos podem parecer inofensivos, mas geram feridas e podem humilhar ou desvalorizar o próximo. Como cristãos, somos chamados a amar o próximo como a nós mesmos (Mateus 22:39). Quando usamos a fala para diminuir, zombar ou menosprezar alguém, estamos violando esse princípio. Nossas palavras devem ser instrumentos de encorajamento, conforto e edificação, e não de humilhação e destruição.
A Importância das Palavras
A Bíblia nos ensina que a língua possui uma força significativa, capaz de trazer tanto vida quanto morte (Provérbios 18:21). Isso significa que as palavras que proferimos têm a capacidade de impactar profundamente as pessoas ao nosso redor, podendo encorajar, confortar e edificar, ou, por outro lado, ferir, destruir e desanimar. Essa dualidade ilustra a responsabilidade que temos ao falar. Isso mostra a gravidade de como usamos nossa fala. Palavras podem construir pontes ou erguer muros; podem promover a paz ou incitar a divisão. O cristão, consciente dessa realidade, deve buscar ser um agente de reconciliação e paz, usando sua fala para glorificar a Deus e edificar os irmãos.
O Chamado à Santidade na Fala
A doutrina reformada enfatiza a santificação progressiva – o processo contínuo pelo qual o cristão é transformado, pela graça de Deus, à imagem de Cristo. Esse processo inclui a maneira como falamos. Colossenses 4:6 nos exorta: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como deveis responder a cada um.” Assim, o falar do cristão deve refletir a sua nova natureza. A linguagem do crente deve ser cheia de graça, verdade e amor, com palavras que promovem a paz e a unidade entre os irmãos. Ao invés de usar a boca para proferir indecências, o cristão é chamado a usar sua fala para louvar a Deus, edificar a Igreja e anunciar o evangelho ao mundo.
Conclusão
As sagradas escrituras nos chama a sermos zelosos com nossa fala, reconhecendo que cada palavra que proferimos é um reflexo de nosso coração e do caráter de Cristo em nós. Palavras indecentes, palavrões, brincadeiras maldosas e apelidos depreciativos não têm lugar na vida de quem foi transformado pela graça. Nossa boca deve ser uma fonte de bênção, não de maldição, glorificando a Deus e edificando o próximo em amor.